sábado, julho 10, 2010

Do movimento drag vintage

Estava vendo um blog que gosto muito (esse daqui da Giovana) e vi um post sobre o novo clipe da Katy Perry: California Gurls. No clipe, ela está num mundo mágico de Oz misturado com João e Maria com um toque drag-queen-vintage. Não gostei. Aliás, não tenho gostado dessa nova onda pop fashion.


A maioria das cantoras tem se rendido a esse fetiche dos produtores musicais.A Lady Gaga colocou o movimento em escala mundial, mas ela tem um toque performático, não é como a Beyonce que age como se fosse um manequim figurante do filme "Um morto muito louco". É uma mistura de pin ups com travestis que não me agrada, nem me choca. Quando eu tinha uns quatorze anos, achava muito legal ter o cabelo roxo, azul, amarelo. Mas não entendo essa mistura de cabelos de mangás com pin ups e lesbianismo, me pergunto onde está a sensualidade nisso. E não conheço nenhum homem que ache atraente uma mulher com uma peruca lilás de franjinha.


Para mim, um clipe muito bom é Human Nature, da Madonna. Em 1995, ela usou couro, peruca, chicotes e tudo mais. Não se vestiu como o C3PO porn/Edward Mãos de Tesoura de sex shop como a Christina Aguilera nem de Candy party porn girl como a Katy Perry. E podem ter certeza, ela chocou muito mais gente e foi muito mais sensual que essas menininhas modernas ai.


Na minha sincera opinião é uma mistura falsa e falha de liberação sexual, independência feminina com objetivação da mulher. Sim, paradoxal demais para ser explicado. Não sei se elas planejam mostrar que podem aparecer nuas, atrair os homens, pegar as mulheres e ainda sim continuar na moda. Eu só acho patético. Se um dia eu descobrisse que minha mãe já achou suuuper legal usar vestido de bolinhas + espartilho + unhas enormes vermelhas + peruca verde-limão + carinha de safada, eu juro que ela perderia muitos pontos de autoridade comigo.


Mas é só minha opinião. Se o plano delas é me chocar, sorry gurls, vocês não conseguiram.


Tá pensando o que? Que traveco é bagunça?


Nota: Não tenho absolutamente nada contra homossexualismo. Sou contra usar isso em clipes para pagar de "moderninhas". Desejo não tem nada a ver com modismos.

sábado, julho 03, 2010

E o Brasil perdeu

Devo dizer que ainda acho estranho escrever sobre futebol. Não entendo muita coisa, mas também não vou dizer que odeio. Não sou daquelas "Quero mesmo que a Argentina vença". Não. Enquanto o jogo rolava, tudo o que eu fiz foi ligar para amigos e matar saudades. Não me interesso por esportes, mas há algo que eu admiro em muitas pessoas e que não possuo: fé. Fé em alguma religião, fé em algum político, fé em instituições, fé em algum time de futebol. Acho lindo ver pessoas que acreditam completamente em outras, assim, sem desejar nada em troca. Essa fé cega que faz rir, brigar e chorar.


É uma das coisas mais bonitas no brasileiro, essa fé desmedida no futebol; esse complexo de vira-latas que só desaparece quando alguém grita "Salve a Seleção!". Só assim para brasileiro sentir orgulho daqui. Eu choro quando vejo a equipe de vôlei masculino ganhando mais um campeonato mundial. Não porque eu torça ou mesmo porque eu saiba a escalação completa da equipe ou mesmo se eles estão jogando 3 por 5. Eu me ponho no lugar de um deles, de qualquer um deles, lá em pé, ouvindo o hino nacional, vendo a bandeira subindo... é uma emoção que fica entalada na garganta.


E eu senti isso de novo ao ouvir algo muito estranho durante este jogo: silêncio. De repente, do riso fez-se o pranto, silêncio. Sem fogos, sem gritos, sem buzinas. Me senti mal, muito mal. Não pelo brasileiro que só compra camisas da seleção uma vez a cada quatro anos. Não pelo cara que só está torcendo para ter um dia a mais de folga. Mas senti mal por aqueles que amam futebol, amam a seleção brasileira e, principalmente, do jogador que será considerado o maior vilão da história desse país.


Me fiquei imaginando lá, jogador, na Copa do Mundo, jogando por um país que respira e acredita no futebol. Me deu um nó na garganta, mas não igual àquela do vôlei.


Para que todos vejam essa tristeza sem fim do brasileiro: Salomão, que ficou sem chão (e com aula segunda). via @naosalvo